A hora da estrela

Título: A hora da estrela
Autora: Clarice Lispector
Editora: Rocco
Número de páginas: 87
Data de publicação: 1977
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  Quando li esse livro pela primeira vez, estava na 6ª série! Me lembro de ficar encantada com algumas frases que compõem a narrativa, mas não me recordava tanto sobre a história. Resolvi reler agora, adulta, pra tentar buscar essa magia toda que eu senti aos 12 anos. 

  A começar pela autora, que, no livro, usa do pronome masculino para se comunicar com o leitor. Clarice usa também de uma poesia sem igual para fazer dessa história uma conversa, se tornando um amigo contando um "causo", cheio de opiniões, reviravoltas e detalhezinhos. 

  A história, no caso, é a de Macabéa. Uma moça simples de tudo, que não tem nenhum atrativo. Ingênua e sem um pingo de maldade, ela foi criada por uma tia que adorava "judiar" da menina sem motivo. Seus pais morreram pouco tempo depois que ela nasceu, e ela não tem nenhuma referência de carinho. Datilógrafa analfabeta, após a morte da tia ela se muda para o Rio de Janeiro, para um quarto com mais quatro mulheres. Quando tem um tempo livre, ama ouvir a rádio relógio, que diz diversos fatos curiosos sobre tudo e qualquer coisa. Ela tem algumas manias e a maneira carinhosa com a qual o autor se refere a ela, meio que nos faz encantar pela personagem também.

Ela acreditava em anjo e, porque acreditava, eles existiam.

  Macabéa se apaixona por Olímpico, um rapaz que quase não tem conhecimento, mas finge que é extremamente inteligente e se ofende caso pensem o contrário. O relacionamento dos dois é um tanto... estranho. E temos também a cena icônica de quando a nossa querida Maca se consulta com uma cartomante (que no filme, é interpretada por ninguém menos que Fernanda Montenegro"), e é a minha favorita do livro. Acredito que o final da história já seja conhecido por muitos, mas como eu mesma não sabia e me surpreendi com o que aconteceu, não contarei aqui. Deixo o elemento surpresa para quem quiser conhecer e se encantar pela escrita de Lispector. 

  Acho que cada pessoa terá uma percepção diferente da história, pois as reflexões que a autora faz são metáforas que podem servir para a própria realidade de cada um. Mais do que recomendado!