Me chame pelo seu nome

  Oi gente! No post anterior eu havia dito que estava lendo um livro e acabei esquecendo ele na casa da minha avó. Pois então, o mesmo foi recuperado e hoje a resenha é sobre ele! Me chame pelo seu nome, de André Aciman.

  Com uma narrativa poética e fluida, André nos apresenta a história de Elio, um garoto que vive em uma casa na Italia, e esporadicamente é aberta a visitantes no verão, que ganham estadia gratuita ao ajudarem seus pais em tarefas rotineiras. Ele sempre teve uma vida normal, acostumado a conhecer estranhos e, todos os verões, ceder seu quarto ao hóspede da vez. 

  Sua rotina e vida mudam completamente ao conhecer Oliver, um escritor que está finalizando seu livro, e encontrou o lugar perfeito para se inspirar. No começo, eles tem aquela típica relação de indiferença forçada, tentando esconder a clara atração que havia entre os dois. A obra é ambientada nos anos 80, portanto, nem preciso dizer que um relacionamento homosexual era visto como algo no mínimo perturbador, bem diferente dos dias de hoje (apesar de, infelizmente, ainda termos que lidar com o preconceito).

Sempre me diziam que eu me apegava demais às pessoas. Naquele verão, no entanto, finalmente entendi o que eles queriam dizer com apegar demais.

  Narrado por Elio, um adolescente, temos diversas vezes a presença da dúvida. A dúvida por ele ainda não saber o que é, se é realmente gay, ou se todo o desejo que sente por Oliver não passa de algo passageiro. E também as frequentes incertezas sobre o que fazer em relação a várias situações, ele pensa em casa alternativa e isso acaba se tornando cansativo as vezes, meio que dá vontade de chacoalhar o menino e dizer: Vai, menino. Decide! 

  Me senti desconfortável algumas vezes, pois ele quer tanto, mas TANTO uma relação, um contato, qualquer coisa que o aproxime do cara, que por vezes faz coisas realmente estranhas. Esperem pela cena do pêssego. Apesar de achar tudo muito exagerado, consigo entender que o autor quer que nós sintamos tudo o que passa na cabeça e no coração do jovem rapaz apaixonado. A narrativa é bem detalhada, tanto que por vezes me vi sentada nas pedras da praia, em uma Italia ensolarada, sentindo até o cheiro das ondas... O autor sabe nos colocar no cenário, dá aquela vontade de comprar passagens e partir pra Europa só pra viver uma história assim. E por sinal, tomo conta da frase de um famoso filme para descrever o livro: Essa não é uma história de amor. É uma história sobre o amor. Eu gostei, quero assistir o filme pois vi gifs e fotos e achei tudo bem bacana!

  Um romance real, sem enrolação, sem clichê. Personagens secundários incríveis, que dão todo um encanto a história. Dois rapazes. Um deles apaixonado. O outro? Talvez.

Até depois! (Leiam e entenderão) 

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