Eleanor & Park

  Quem aqui já leu ou assistiu A culpa é das estrelas sabe que Hazel tem um surto quando termina seu livro favorito e descobre que o final é totalmente interrompido no meio de uma frase. Eu me senti assim ao ler Eleanor e Park. Vontade de caçar Rainbow Rowell e conseguir respostas.

  Vamos lá: A história é contada do ponto de vista dos dois, a escrita é uma delícia de se ler. Park vem de uma família classe média alta, sua mãe é coreana e esteticista e seu pai um soldado aposentado. Ele sempre foi meio solitário pois não tinha paciência para outras pessoas de sua idade, até encontrar Eleanor. 

  Eleanor vive em meio a um completo caos. Sua mãe é totalmente submissa a seu padrasto, que vive bebendo, agredindo-a e ameaçando seus irmãos. Após se mudar para uma casa praticamente caindo aos pedaços, ela precisa passar por uma das experiências que mais assusta as adolescentes na vida: Uma nova escola. No ônibus, as pessoas a ofendem por seu jeito de se vestir e pelo fato dela estar um pouco acima do peso. O único lugar disponível para ela se sentar é do lado de um mestiço bem bonitinho que hesita um pouco antes de abrir espaço. Ele pega um gibi, e é aí que tudo começa.

 Segurar a mão de Eleanor era como segurar uma borboleta. Ou um coração a bater. Como segurar algo completo, e completamente vivo.

  Eles tem muito em comum. Ela gosta das histórias que ele lê (no começo, apenas lia por cima do ombro dele, e quando ele percebeu, começou a virar as páginas lentamente pra ela acompanhar), e as músicas que ele mostra conforme o tempo passa e a confiança entre os dois se torna mútua. A narrativa é recheada de descrições lindas que um faz sobre o outro. Uma das coisas que mais gostei é que tudo que ela odiava nela mesma, ele amava e vice versa. Verdadeiro romance lindíssimo e inocente, muito delicado. E por algumas coisas citadas na história (discos, fitas, toca-fitas) e a falta de menção de celulares ou computadores, tenho para mim que a história se passa em uma época mais antiga. Mais um motivo pra morrer de fofura pelo casal. 

Nossa, ela tinha bochechas lindas. Com covinhas, além de sardas, o que não devia nem ser permitido, e redondas feito flor de maçã. Era meio incrível que ninguém mais tentasse aperta-las. 
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O mundo se reconstruía melhor em volta dele.

  Mas, como nem tudo são flores, agora vem a parte ruim. A vida de Eleanor vai de mal a pior toda vez que coloca os pés em sua casa. Não consegue mais suportar o fato de sua mãe fingir que nada acontece, e o pior: Sempre que se distrai com seus livros, ela encontra um recado horroroso escrito em letras de forma. Ofensas muito pesadas MESMO, e não faz idéia de quem as escreve ou o motivo de tanto ódio gratuito. Sem contar o fato de que precisa esconder seu namorado da sua família, para sua própria proteção.

É por isso que mantém esse sorriso trancado, porque é poderoso demais para os mortais?

  A trama tinha tu-do pra ser maravilhosa e contar com algum desfecho incrível, mas muuitas perguntas ficam sem resposta. Não posso simplesmente dizer aqui o que quero saber, pois seriam vários spoilers. Mas sério. Rainbow, por que fez isso com seus humildes leitores? Juro que conferi para ver se não haviam páginas faltando, e quando vi que era esse o intuito, não pude deixar de ficar chateada.  Encontrei alguns errinhos de revisão, mas foi bem básico perto dessa curiosidade sem fim de saber o que aconteceu com tantos personagens cativantes! 

#LançaEleanor&Park2