A menina submersa

  Oi gente! Me perdoem pelo sumiço, continuo lendo bastante, mas é difícil encontrar tempo para sentar e escrever sobre, com a calma que cada obra merece. E quando a obra é complexa como "A menina submersa", fica mais complicado ainda.

  Eu li "A menina submersa" como parte do meu desafio #1: Livro que comprou pela capa. Esse foi meu primeiro título da editora Darkside, e eu comprei exclusivamente porque achei ele lindo! Não li nem a sinopse, de tão encantada que fiquei. Mas confesso que precisei de um tempo para tentar assimilar o que li, e até agora não compreendi totalmente o que aconteceu, portanto, isso talvez fique um pouco confuso, rs. Vamos lá. 

  India é uma garota esquizofrênica. A doença está na família, sua vó e sua mãe também a tinham, e ambas se suicidaram. Afim de tirar um peso de suas costas, ela decide escrever sobre sua história, a história de como ficou obcecada por um quadro de uma garota, seminua e molhada, a beira de um lago. E de como ela conheceu essa mesma pessoa da pintura, na vida real, no meio da estrada. Como consequência dessa doença, ela as vezes fala dela mesma na terceira pessoa, usando seu apelido "Imp". Toda a narrativa é feita na primeira pessoa, e ela meio que conversa com a gente enquanto escreve. É bem bacana pois ela, por várias vezes, justifica algumas partes da história dizendo não saber se aquilo aconteceu de verdade ou se foi coisa da cabeça dela. 

  É um livro muito difícil de se ler, apesar de mal passar de 300 páginas. Até agora eu ainda não sei se Eva, a garota do quadro, é uma personificação da doença, ou se realmente existiu, ou uma terceira opção que não chegou a minha mente ainda, rs. 

Não acho que histórias de fantasmas deveriam ser escritas na solidão.

  Imp tem algumas manias que são notáveis durante o enredo. Ela tem fixação com o número 7, e no capítulo 7 algo muito surreal acontece. Vocês precisam ler para entender do que eu estou falando, pois eu não sei colocar em palavras. É loucura pura, basicamente. Quando ela começa a imaginar coisas, acaba desenhando na borda das páginas, e você se sente mais próxima a personagem ao se deparar com um desenho dela. Quando muda de idéia a respeito de algo, ela simplesmente risca a linha, e você  consegue acompanhar isso também. Ela não pensa pra falar, então normalmente simplesmente diz exatamente o que acha, sem filtro ou dúvida. Eu achei isso bem bacana. tipo "Forrest Gump". 

  Sua namorada, Abalyn, é um alívio. Pois quando Imp está com ela, elas fazem coisas "normais", como jogar ou assistir algo. É meio que uma pausa entre as alucinações e Eva. Abalyn é transexual e a forma como isso é mostrado é repleto de sensibilidade e respeito, eu a adorei desde a primeira aparição. 

  Não sei dizer ao certo se gostei, pois em algumas páginas me senti incomodada por estar tão confusa, mas acredito que essa era a intenção do autor. Com muitas indicações de música e bastante referência a arte, Menina Submersa se tornou um desafio de verdade para mim. Recomendo para quem queira sair da zona de conforto e tentar algo diferente!